União por reconhecimento
Cooperação
Necessidade de abrir mercado, trocar informações e reduzir custos leva MEI a trabalhar com parceiros e concorrentes
O trabalho de Toshi Segawa como MEI combina um tanto de negócio com outro tanto de paixão. Em seu estúdio de Cotia (SP) ele faz a restauração digital de filmes brasileiros. “A grande verdade é que o Brasil não tem uma política de preservação da sua cultura. Então, essa talvez seja a nossa maior dificuldade. É muito difícil a gente conseguir trabalho mesmo”.
O caminho seguido por Toshi, convidado do programa 52, para dar visibilidade ao trabalho e abrir mercado, foi participar da criação de uma Associação. “Eu sou um dos fundadores da Associação Brasileira de Preservação Audiovisual, a ABPA. A gente tem um canal de comunicação por e-mail e sempre vai trocando informações. Às vezes aparece uma pessoa que precisa de um serviço específico que eu não atenda, mas eu conheço alguém. Aí eu faço a indicação. Da mesma maneira como acontece comigo”.
Para Toshi e os outros integrantes da ABPA, a associação se tornou um facilitador para compartilhar conhecimentos, divulgar os conceitos e serviços e conseguir trabalho. A outra vantagem foi poder formar parcerias para atender clientes. “Ter parceiros é bastante importante, formar parcerias até com outras empresas, inclusive com um possível concorrente. Você fala “não, beleza. A gente é concorrente talvez nesse departamento, mas no outro, como eu não tenho condições de atender os clientes, pode fazer uma parceria dele fazer parte do trabalho e a gente desenvolve na minha empresa.” Hoje, eu tenho alguns parceiros laboratoriais também, que fazem a parte da restauração fotoquímica, e eu faço a parte dessa restauração digital”.
O sistema de fazer associações e parcerias também funciona no plano interno da empresa de Toshi. “A gente usa o coworking. Hoje aqui são três empresas dentro do mesmo espaço. Então, isso ajuda em vários aspectos. No aspecto financeiro. Então, eu não preciso, por exemplo, ter o custo sozinho de manter um espaço físico. Pra um microempreendedor individual realmente é importantíssimo você encontrar parceiros pra diminuir o custo”.
Para escolher os parceiros de escritório, Toshi segue um critério. “É preciso encontrar pessoas que sejam parceiras, que possam trazer também algum certo trabalho e prestígio, que, afinal de contas, quando você trabalha com pessoas, com profissionais qualificados e profissionais responsáveis, o cliente vem visitar e acaba conhecendo o teu trabalho”.
Dicas de Toshi para trabalhar em associação
“Aqui no escritório, somos três empresas. Pra ter essas três empresas, a gente precisa ter uma certa organização e não só administrar a minha empresa particular, né, como também administrar todo o mecanismo de funcionamento do escritório: pagamento de aluguel, condomínio, outras contas. Nesse sentido a gente tem uma tabela que faz todo esse controle de gastos e custos. E depois nós dividimos por igual”.
“Pra uma empresa nova, uma empresa jovem como a minha fazer parte de uma associação é importante, é praticamente um selo que você tem, você fazer parte de alguma instituição. Então, isso já te dá uma certa credibilidade”.
“Eu acho que manter o grupo unido não é tão difícil. A condição fundamental pra você manter a união é realmente é o respeito. Se você consegue respeitar o seu limite, até onde você pode estar ajudando e até onde você também tem que ficar no seu cantinho esperando, acho que é importante. Respeitar a questão pessoal, mesmo porque as pessoas são de lua, cada dia tem um humor diferente, e tem que respeitar o espaço do outro e sentir orgulho também de estar com essa pessoa”.
Toshi Segawa é o MEI que conversa com Jackson Antunes no programa de rádio nº 52 , acessível neste blog.
Foto: Acervo Pessoal
Post publicado em 23/09/2014
fonte: http://www.onegocioeoseguinte.sebrae.com.br/1971/Artigo/UniaoPorReconhecimento_363/